O Celibato em Questão
Por Padre Janilson Rolim
Gosto de ler artigos antigos! Faço isso para acompanhar a evolução intelectual dos colunistas frente às novidades da Língua, da Sociedade, do Estado e da Religião. Assim, li recentemente num artigo de um jornal paraibano, na coluna opinião, o parecer de um advogado a respeito do celibato eclesiástico católico (Correio da Paraíba 26/05/2004). Dentre tantos trechos de sua opinião, permitam-me destacar e comentar alguns: Primeiro, dizia o autor, “entendo o celibato como um crime contra a natureza humana”. Certamente, nem precisa refletir muito para constatar o conceito que o advogado tem dos celibatários. Ora, se é “um crime contra a natureza humana”, Jesus, que foi plenamente humano e celibatário, era um criminoso que pecava contra a própria criação divina. Com quem Jesus era comparado? Com Elias, João Batista, Jeremias, todos solteiros e, ao que parece, celibatários. Como entender os Batistas (seguidores de João)? Como entender a comunidade de Qumrã? Como entender os celibatários ortodoxos e hindus, os monges orientais, Dalai Lama, Ghandi, etc? Seriam todos criminosos?
Na Tradição judaica o celibato é uma condição de assiduidade com Deus. Nos fundamentos judaicos (veterotestamentários) destaco Lv 22,1-3: os sacerdotes deviam ficar continentes durante o serviço sagrado. E ainda Ex 19,14-17, a saber, para o encontro com Deus era necessária a abstenção sexual do povo. Já na Nova Aliança, o celibato só pode ser entendido por graça (Mt 19,12), sendo uma fala do próprio Jesus. Poderia citar ainda o testemunho de S. Paulo, que também era celibatário.
Depois, voltando ao texto do jornal, ao referir-se à ordenação de oito diáconos católicos, interroga o advogado aos leitores: “quantos deles irão cumprir o preceito">diariodosertao-br.informativoparaibano.com/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
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